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Clodoaldo de Itaitu: de feirante a presidente da Câmara, uma trajetória de lutas e conquistas

TRagora 1 ano atrás

Nascido no distrito de Itaitu, em Jacobina, Clodoaldo Moreira Dias, 51, desde cedo aprendeu a lutar por sua independência. Aos 11 anos de idade, saiu da sua terra de origem para a sede do município em busca de conhecimento e, também, de ganhar dinheiro com o esforço do próprio trabalho. Na cidade, aos 11 anos, além de estudar vendia banana e chuchu na feira livre, até que, aos 14, conseguiu seu primeiro emprego em um bar onde trabalhou até os 18 anos de idade. Depois daí, não parou mais de correr em busca de seus objetivos de vida.

Foi entregador de malote no posto do Banco do Brasil de Mirangaba e após três anos nesse ofício decidiu ir para São Paulo, onde conseguiu seu primeiro emprego de carteira assinada e aí não parou mais de evoluir profissionalmente. Lá foi vigilante e supervisor de vigilância e depois de alguns anos, a convite de um amigo, resolveu voltar para Jacobina. Aqui trabalhou como motorista até entrar para a Jacobina Mineração e Comércio (JMC), onde permanece empregado até os dias atuais. São 19 anos de vínculo trabalhista com a mineradora, tendo sido um dos primeiros operadores de caminhões até galgar o posto de supervisor.

Entrar para a política sempre foi um desejo que ia aumentando à medida em que comparecia à Câmara para assistir às sessões. Sempre comunicativo e popular, foi estimulado pelos colegas a se candidatar a vereador pela primeira vez nas eleições de 2016, quando conquistou a sua primeira vitória nas urnas. Foi reeleito em 2020 com quase mil votos e agora, em 2023, assumiu a presidência do Legislativo jacobinense. Os desafios superados e outros que estão por vir foram temas desta entrevista concedida ao Tribuna Regional, onde o vereador conta um pouco da sua história.

TR – Como foi o início da sua trajetória política, o que o levou a entrar para a política?

Clodoaldo – Eu trabalho na mineração já há muito tempo trabalho na mina, praticamente, já há dezenove anos. Mas, há seis anos, eu sempre gostava de passar na Câmara e assistir a discussão de algum projeto, e o pessoal sempre perguntava por que eu não entrava na política. Fiquei amadurecendo essa ideia até que resolvi ser candidato pela primeira vez, em 2016. Cheguei na mineração, conversei com meu amigo Sidney – que hoje é proprietário de uma grande revendedora de veículos – e falei: “Sidnei, eu vou ser candidato a vereador. Não sei como, mas serei candidato”. Eu tinha um carro na época e vendi pra investir na campanha. Aí acabei colocando o meu nome e, graças a Deus, Jacobina foi generosa comigo, fui eleito com 688 votos. Em 2020 novamente lancei meu nome e obtive 978 votos, uma votação expressiva. Fui o sexto vereador mais votado em Jacobina e o segundo colocado do meu partido, na época, o PTC.

TR – Seu nome completo é Clodoaldo Moreira Dias, mas no meio político é mais conhecido como Clodoaldo de Itaitu. Qual é a sua relação com a comunidade de Itaitu, você é natural daquele distrito?

Clodoaldo – Nasci e me criei em Itaitu e tenho um amor grande por aquela terra e isso explica o porquê Clodoaldo de Itaitu no mote de campanha. Sei que sou vereador de todo município de Jacobina, porém quem chegar em Itaitu vai saber que meu pai, minha mãe, meus avós todos são de lá. Minha mãe e o meu irmão, inclusive, moram lá, assim como outros familiares. Sou bastante conhecido na localidade. Quer saber um pouco da minha vida? Chegue lá e pergunte: “Quem é Clodoaldo?”. Tenho grande amor por aquela localidade.

TR – Pode nos falar também um pouco da sua origem, sobre seus pais, o que faziam e de onde eram originários? Conte um pouco da sua história aqui para os nossos leitores/internautas.

Clodoaldo – Meu pai chamava-se Hermes Teixeira Dias e a minha mãe chama-se Maristela Moreira Dias e trabalhavam na roça. Meu pai tinha uma boa condição, tinha uma fazenda e a gente trabalhava na roça, plantávamos muito fumo. Mas eu, aos 11 anos de idade, já queria seguir minha vida. Então, vim para Jacobina estudar. Vendi banana e chuchu na feira, depois, aos 14 anos, fui trabalhar no bar de Zé Evangelista, que ficava atrás da igreja Matriz. Trabalhei nesse bar até os 18 anos, e depois passei a carregar malote para o Banco do Brasil de Mirangaba. Foi aí que conheci Adilson, Gustavo e Armênio que trabalhavam no posto do BB. Adilson, inclusive, foi prefeito de Mirangaba. Com 21 anos fui pra São Paulo, trabalhei como vigilante e supervisor de Segurança.

TR – E como foi o seu retorno para Jacobina após essa jornada em São Paulo?

Clodoaldo – Foi através do empresário Carlos Guimarães. Ele esteve em São Paulo conversando comigo e aí me fez a proposta para retornar, eu alugando meu carro na Guimarães Transportadora e para trabalhar com ele. Voltei, trabalhei pouco mais de dois anos com ele e aí conheci o pessoal da mineração (JMC) e fui trabalhar como operador de caminhão, isso em 1994. Fui um dos primeiros operadores de caminhão junto com Fiuza, Ubaldino e Boy lá de Itaitu. Passei por outras funções até chegar a supervisor, função na qual estou há 19 anos na empresa.

TR – Na sua trajetória você tem algum arrependimento? Já foi traído politicamente? Como é que você analisa a forma de se fazer política em Jacobina?

Clodoaldo – Fazer política aqui é uma arte, mas você tem que ser sábio. Uma hora você tem que dar um passo para trás para poder dar dois passos para a frente. Digo sempre que se é difícil entrar na política, mais difícil ainda é sair dela. A gente entra por conta dos amigos e às vezes não sai pelos inimigos (risos). Eu quero estar político para fazer um bom trabalho. Talvez por isso é que minha votação aumenta da cada eleição e hoje estou na presidência da Câmara. No momento, penso apenas em fazer um bom trabalho na Câmara de Vereadores. A partir desse trabalho, a sociedade vai decidir se me dá mais uma chance. Se não, a gente volta pra casa, mas com a sensação do dever cumprido.

TR – Na sua carreira política, além da eleição para presidente da Câmara Municipal, qual outro fato foi marcante?

Clodoaldo – Na minha primeira eleição, em 2016, sai na relação dos eleitos, mas na sequência não estava mais por causa de um problema na contabilização dos votos de Caatinga do Moura, só depois a eleição foi confirmada. Mas, marcante mesmo é saber que a minha família me apoiou integralmente, porque isso facilita e incentiva o apoio de outras pessoas.

TR – Como é que o senhor está vendo o atual cenário político de Jacobina onde já se discute a sucessão municipal?

Clodoaldo – Bem, hoje nós temos uma uma liderança importante que é o prefeito Tiago Dias, uma forte liderança e candidato natural à reeleição. Além disso, temos outros como o ex-prefeitos Leopoldo Passos, que trabalhou muito por Jacobina, Rui Macedo, deu a sua parcela de contribuição também e Luciano Pinheiro, que também fez a sua parte. Ainda tem Juliano Cruz, sete vezes presidente da Câmara e Mariana do PT, que despontou nas últimas eleições como candidata a deputada federal muito bem votada em Jacobina. Eu falo sempre assim, o povo é quem tem que decidir o melhor pra Jacobina.

TR – O senhor vai comandar o Legislativo municipal pelos próximos dois anos, então o que a população pode esperar da sua administração?

Clodoaldo – Com certeza, haverá mudanças. Não de imediato, mas com muita calma porque estamos nos adequando para começar a fazer essas mudanças. Já fiz uma reunião com todos os servidores para planejar o que faremos nestes dois anos, contando com a colaboração de todos eles, porque sozinho não se vai a lugar nenhum, Então estarei sempre buscando a parceria tanto dos funcionários da Câmara quanto dos vereadores de Jacobina. Vou procurar fazer um bom trabalho, colocando em pauta os projetos de interesse do município e buscando melhorias para a vida das pessoas.

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