O meu estilo nunca foi lá muito do tipo Jovem Guarda e sim tropicalista. Meu roteiro é glauberiano, pois vivo nessa Terra em Transe e assim enxergo o meu eldorado jacobinense.
Penso que a imprensa de Pindorama precisa deixar de ser tacanha, subserviente e de baixa estatura cultural, e elevar o nível da cobertura política para que seja, de fato, questionadora e democrática, assim como inspiradora da inquietude cidadã, tão necessária à nossa evolução enquanto sociedade.
Quando a direita me acusa de ser de esquerda e a “esquerda” me aponta como um “intermediário” eu acho isso muito natural e benéfico para um despretensioso comunicador popular.
O que não me seduz nem por um instante é ser do tipo estereotipado, daquele que faz o “jogo dos ratos” e que, estando em qualquer lado, legitima a falácia moralista mesmo quando a hipocrisia está escancarada aos olhos da maioria.
Pra encerrar esse assunto, lembro-me do que dizia minha quase centenária bisa Hermínia, ao puxar o cachimbo pro lado e em seguida lançar aquela cusparada:
– S’eu sei num avisa a ninguém.
E observando nossa Eldorado, imagino um certo Porfírio, mais uma vez, saindo vitorioso nos jogos de Poder e preparando a grande festa no Palácio de Alecrim.